do álbum clube da esquina, de 1972.
a buliçosa melodia desta obra-prima é visionária o suficiente para dar cor e carne à sucessão de imagens que passam pelos olhos do eu-lírico – que parecem puxadas do fio da memória. uma canção impulsiva, que acredita de modo ferrenho em sua criatividade, uma fé inabalável no narrado e na percepção, mesmo que esta não se manifeste cognitiva de fato. sua inquietude, "sem querer descanso nem dominical", é resignada, e não oferece qualquer tipo de desassossego para o nosso sonhador ("mas isso é tão normal"). ao contrário, percebe-se uma placidez desmedida neste conto singular de homens sórdidos, de suas vidas e de seus velórios.
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